sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Renato - amigo

Tínhamos 18 ou 19 anos, por aí. Era carnaval. A gente gostava dos bailes que aconteciam no clube da Vila, em Itajaí. Aqueles tipo "máquina de lavar", em que as pessoas ficavam girando pelo salão.

Para nós, carnaval bom tinha de ter esquenta na casa do Velho, com churrasco e cerveja, e muito loló. Carnaval sem loló não tinha graça nenhuma. Só que não era nada fácil conseguir. Então, um dia decidimos resolver o problema: fabricaríamos nosso próprio "lança perfume".

Ingredientes à mão, arduamente conseguidos, transformamos a garagem da minha mãe em laboratório. Misturamos tudo sem muita certeza, colocamos uma essenciazinha pra ficar cheiroso e pronto. Só faltava experimentar e saber se funcionava.

Não sei de quem foi a brilhante ideia de cheiramos no carro. O Renato estava com o Chevette azul do pai, todo limpinho e arrumadinho. Eu no banco de trás fiquei olhando sem dizer uma palavra enquanto via ele subir uma calçada e bater o carro do Seu Dui. Funcionava!!!!!

Nos dias que se seguiram, um ressabiado Renato passou por tudo quanto foi tipo de exame neurológico, na vã tentativa de seus pais de descobrirem a causa daquele colapso.

E até hoje Dona Maria agradece que o filho nunca mais teve nada daquilo.


Zé Mauro Nogueira



Nenhum comentário:

Postar um comentário